Saimos para Huaraz, cidade situada na Cordilheira Branca a cerca de 340 km de Huánuco. Para começar o dia e como alerta para o que viria depois, deparámo-nos com um bloqueio de estrada dos Tuk-tuk da cidade de Huánuco que protestavam não sabemos de quê, o certo é que conseguimos uma via para contornar enquanto ainda se organizavam para fechar a saída da cidade.
A estrada que nos levaria a Huaraz é uma nacional, contudo não tinha asfalto e era muito estreita e sinuosa, com poucos kms rodados parámos de novo porque um semireboque carregando uma giratória não coube numa ponte e então ninguém passava enquanto a máquina giratória não desceu do camião para levantar a galera e retirar o camião da ponte… uff, lá passámos. Mais uns kms rodados e lá parou tudo de novo, desta vez obras na via mantinham-na encerrada só abrindo 1 hora 4 vezes ao dia!!!
Entretanto as motos tiveram de abastecer na montanha, num barracão de um privado que vende gasolina por não existir postos na via. Durante a paragem forçada pelas obras, conhecemos dois motards Gregos que estão a viajar de moto pela America do Sul com motos que compraram em Salvador (Brasil), já andam na estrada há 3 meses e ainda vão estar mais uns 3 meses…
Bem, lá reabriram a via ao trânsito e rodámos até encontrarmos um joguinho de bola em campo ervado, onde de novo parámos uns minutos e aproveitámos para comer uma romã gigante que já estava no carro há dias, num esforço desmazelado para abrir a romã, ela saltou das mãos e desceu a encosta que servia de bancada até invadir o campo de jogo, para risota geral do povo que assistia ao jogo (uma das situações em que falar diferentes línguas não impedem as gargalhadas universais).
Retomando a viagem e mais uns Kms novamente parados porque uma festa tradicional estava a acontecer no meio da estrada!! Nada a fazer porque não existem caminhos alternativos então é esperar que todo povo saia da estrada para seguir viagem. Ainda nos faltavam uns bons Kms e a noite estáva a chegar, como é fácil de imaginar em estradas degradadas e sempre com muita fauna, andar de noite é completamente desaconselhável. Quase a chegar à cordilheira e numa região mineira fomos surpreendidos por um estaleiro da empresa Portuguesa Mota Engil, que tem algumas obras na região.
A noite chegou e com ela o frio e o nevoeiro, momento para a persistência e resiliência fundamentais nestas viagens para cumprirmos os objectivos pré definidos e chegámos a Huaraz, cansados mas bem posicionados para explorar toda a cordilheira branca nos próximos dias.
One thought on “Apesar dos obstáculos, chegámos a Huaraz – 340km em 13h”
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Uma viagem com muita aventura para contar , escrever e até poder passar para tela ! Fantástica aventura de duas rodas , continuação de boa viagem