Hoje partimos por voltas das 8.00h, após um pequeno-almoço reforçado com chouriço caseiro, porque nos alertaram para os troços difíceis que iríamos encontrar até chegar a Xangongo, segundo relatos dos locais seria uma tarefa mais difícil que o dia de ontem. De facto o percurso, de cerca de 92 km, era muito diversificado diríamos mesmo que, caso não tivéssemos já mais de 1.000 km rolados, seria um excelente percurso para brincar com as nossas meninas.

Ao km 40 (uma hora após a partida) numa zona de nenhures deu-se o apagão brusco de uma África Twin, novamente por problemas eléctricos que ditaram uma paragem de cerca de 1.30h para uma reparação de desenrasque ao sol, pó, mosquitos e moscas que eram aos milhares. Voltámos a rolar até Xngongo, mas os problemas com a África Twin e a BMW ditaram um novo rumo até Ondjiva, capital da província do Cunene, onde vamos pernoitar hoje. Na chegada por volta das 15h, a África Twin à entrada de uma estação de serviço com nível europeu apagou novamente, atestámos combustível e cerveja, encontrámos na estação de serviço um colega de trabalho da mulher do aué, que nos orientou a África Twin para uma reparação eléctrica a realizar num “condomínio” de um musseque onde hoje irá dormir. Quanto à BMW ficou a dormir noutra oficina em musseque vizinho.

Mas meus amigos quando julgamos que os nossos dias difíceis são os piores que alguém pode passar lembramos um personagem com quem nos cruzámos no meio da viagem que à pergunta “where is your motobike?” respondeu “i’m walking man!”, um rapaz, jovem alemão, com o cabelo e barba longo, calças rasgadas e t-shirt do MPLA, que se dirigiu a nós para trocar algumas das suas experiências a andar a pé pelo continente africano, para os mais curiosos visitem o site que ele nos deu www.billys-reisen.de nós ainda não tivemos oportunidade de o fazer